Reflexões para o dia Nacional do Historiador

Institucional

Reflexões para o dia Nacional do Historiador

A lei nº 12.130/2009 instituiu o Dia Nacional do Historiador em homenagem ao nascimento do diplomata Joaquim Nabuco. Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo nasceu em Recife em 19 de agosto de 1849, e durante toda vida foi referência na luta abolicionista, mesmo diante das contradições impostas nas relações com o estado monárquico e com a sua família, grande possuidora de escravizados. Faleceu em 1910 nos Estados Unidos, onde seguia prestigiado por intelectuais das universidades norte-americanas, por suas palestras a respeito da cultura brasileira.

Os estudos de Joaquim Nabuco retratavam um pensamento memorialístico que buscava compreender a sociedade em que vivia. Suas reflexões representam, um pouco do cerne do ofício das e dos historiadoras e historiadores. Diante do exposto é realizada nesta data uma justa e importante homenagem, ao trazer à tona a trajetória de Nabuco e ao ser celebrado o Dia Nacional do Historiador.

Dentre as reflexões significativas trazidas por Nabuco, está uma de suas célebres frases: “A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”, que nos diz muito sobre os processos até hoje vivenciados pela sociedade brasileira. Se não temos mais a escravidão como dinâmica legal, têm-se uma continuidade de exclusão social e econômica no país que torna parcela considerável da população vítima de um sistema que constitui minorias sociais atingidas pelas discriminações e desigualdades

É necessário pensar a importância da história na reflexão da formação de certos grupos, territórios e comunidades e a partir dessa reflexão a criação de políticas públicas e projetos sociais. Como traz o historiador Hobsbawm sobre o ofício dos historiadores, “é lembrar o que outros esquecem”. Desta forma, historiadoras e historiadores são um importante elo entre o passado e presente, e a história elemento fundamental a se considerar na formulação de políticas e projetos sociais.

Tomando como exemplo, a história da Lomba do Pinheiro e outros bairros que fazem parte da periferia de Porto Alegre pode-se observar um pouco mais sobre estas reflexões que os historiadores apontam. Já que, quando compreendemos a história de nosso território, podemos compreender a organização da cidade e da população e, assim, suas marcas. Desta forma, se torna essencial compreender a formação do território e o significado da existência instituições de história e memória, como o Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro, que reúne a memória do local onde está inserido, buscando, desde sua inauguração, contar essa história a partir do olhar e da memória individual e coletiva dos moradores, conforme expressa sua missão.

A história nos auxilia no entendimento da sociedade, como destacado acima, mas só a sua transmissão pura, simples e crua dos documentos não nos concedem um maior entendimento da história. É necessário o pensamento crítico para interpretarmos esse mundo que nos é apresentado. Diversos entendimentos podem ser revelados a partir de um mesmo documento, mas a sua interpretação se diferencia pela carga ideológica e criticidade empregada. Utilizar este viés crítico e construtivo do pensamento histórico se torna então ferramenta imprescindível nas discussões de promoção de políticas públicas.

Referências

EDUCAÇÃO, Ministério da. Material impresso ajuda a preservar história, diz professor. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/39321-dia-do-historiador

IPDAE. Museu Comunitário da Lomba do Pinheiro. Disponível em: http://www.ipdae.com.br/index.php/i/museu-comunitario-9

LOVATO, Petersen; BÁRBARA Hartug; SILVIA, Regina Ferraz. Introdução ao Estudo da História. Temas e Textos. Porto Alegre, 2013.

PROCEMPA. História dos Bairros de Porto Alegre. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/observatorio/usu_doc/historia_dos_bairros_de_porto_alegre.pdf

SANTIAGO, Emerson. Joaquim Nabuco. Disponível em: www.infoescola.com/biografias/joaquim-nabuco/

Alessandra dos Santos da Silva
Graduanda em Licenciatura em História
Técnica em justiça restaurativa

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